A palavra "solidariedade" é usada para designar um sentimento, ou a união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo.
A família é o lugar onde se aprende a amar e a ser mais aberto à caridade. É lá, onde o casal, pai e mãe que ensinam e testemunham a fé cristã, formam seus filhos na mesma fé e os fazem mais solidários. É na família que a solidariedade é experimentada. As atividades, o trabalho, os sacrifícios de cada um estão voltados para o bem dos outros. Esta postura, típica da família, tende a envolver outras famílias.
Solidariedade significa gestos gratuitos e serviços que cada membro se dispõe a realizar para o bem dos outros, de acordo com suas condições. Quanto mais a família for este espaço de vivência solidária, mas os seus membros terão abertura para viver relacionamentos de solidariedade fora de casa, desde pequenos gestos no local de trabalho, na escola, nos ambientes de lazer e até mesmo com outras famílias para responder a situações mais problemáticas.
Assim, a solidariedade vivenciada pela família enriquece toda a sociedade, e muitos vão conquistando o pão e um lugar digno para viver, é a solidariedade das famílias proporcionando o mínimo para aqueles que nada têm.
Este modelo que deve ser vivenciado por todas as famílias cristãs, nasceu no início do cristianismo, narrado nos At 4, 34-35, onde as primeiras comunidades cristãs vendiam seus bens e partilhavam tudo em comum. Os necessitados, os desvalidos, as viúvas, entre outros eram socorridos.
Vivenciar isto nos dias de hoje parece realmente um sonho distante, pois vivemos em um mundo extremamente consumista e capitalista, onde a cultura que impera é o do ter e acumular para consumir e consumir, a despeito dos que nada têm.
Mas, se nós, cristãos católicos,seguidores de Jesus Cristo, não começarmos aos poucos quebrar esta corrente, buscarmos ser cada dia mais solidários e fraternos, então, a cruz de Cristo foi somente uma loucura em vão.
Jesus, na multiplicação dos pães e dos peixes, deixou-nos uma lição bem explícita. E por mais que possamos relutar em aceitar, infelizmente, quem mais reparte é quem menos tem, talvez porque sintam mais a dor do irmão faminto e sedento, pelo pão e por justiça.
Nós temos a graça de viver em um país que ainda se diz católico e um país pacífico. Um país que caminha para ser a quinta economia mundial, mas que ainda continua a ser campeão em desigualdades. Um país em que poucos controlam uma riqueza enorme e vão enriquecendo cada vez mais, sempre a custas da exploração do nosso povo. Um país onde a corrupção reina em todos os escalões, desviando recursos que deveriam ser utilizados para a promoção da vida das pessoas.
A solidariedade cristã precisa ser resgatada e não há nenhuma instituição melhor que a família para ser a protagonista deste resgate. Aprendendo com a Palavra de Deus, participando assiduamente na missa dominical e praticando a oração diária, tanto pessoal quanto conjugal e familiar, a família conseguirá resistir ao egoísmo e à indiferença no mundo presente, para gerar verdadeiras redes de solidariedade.
Temos visto muitos gestos de solidariedade, principalmente quando ocorrem catástrofes. O brasileiro é um povo solidário, é o que costumamos ouvir. Mas essa solidariedade não pode acontecer apenas nesses momentos.
Vemos em paróquias, a coleta de alimentos para o socorro de famílias afetadas pelo desemprego, pela doença... famílias desamparadas. É um grande gesto solidário! Aqui, entre nós, o trabalho desenvolvido pelos vicentinos, pela Casa Comunitária, pela equipe do enxoval de bebês, pelas crianças que são convidadas a trazer, mensalmente, um litro de leite...
2ª Carta de São Paulo aos coríntios, cap. 9:
“Que cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois “Deus ama quem dá com alegria”. Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para empregar em alguma boa obra, como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”.
Mas a solidariedade não para por aí: existem pessoas que amparam doentes, que ajudam voluntariamente, nas horas vagas, entidades filantrópicas que atendem crianças, idosos, doentes. E, às vezes, esse trabalho envolve a família toda.
Porém, se considerarmos o tamanho do nosso país, vemos que esses gestos solidários ainda são pequenos. Falta um pouco do compromisso das pessoas em se colocar à disposição, em servir aos mais necessitados, a exemplo do próprio Jesus.
Uma sociedade sólida nasce, certamente, do compromisso de todos os seus membros. E onde é que aprendemos o compromisso solidário e outros compromissos? É claro que tudo começa na família!
A exemplo do evangelho de hoje, devemos entender que o banquete é para todos. A vida é para todos. As oportunidades deveriam ser iguais para todos. Como não é essa a nossa realidade social, então entra a questão proposta para a nossa reflexão de hoje: “A família como rede de solidariedade”.
Na família aprendemos.
Na sociedade colocamos em prática.
“Deus de amor e de misericórdia abençoai nossas famílias para que possam ser cada dia mais solidárias e fraternas, inspiradas pelo ensinamento de Cristo, e com a fé e a esperança em sua promessa do Reino Eterno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém”.
Texto escrito e lido por Ronaldo Sgobbi na Semana da Família realizada na Igreja de Nossa Senhora das Graças em Araraquara. Obrigada Ronaldo,por compartilhar.
SOMOS NOÉIS é um grupo de amigos de várias religiões e um só DEUS, que habita o coração de cada um de nós!
Faça parte desta rede de Solidariedade!
HO!HO!HO!
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