sábado, 22 de dezembro de 2012

Flutuando pelas ruas


A rua que flutua
não tem postes para pendurar fios
colar cartazes ou cachorro fazer pipi
Tem pipas no ar sem linha
cruzando suas cores no céu,
emaranhando os raios do sol
pra quem lá embaixo quer ver


A rua que flutua no meu pensamento
não tem cestos de lixo
ou papéis jogados no chão
Não tem ser humano que nem bicho,
fuçando restos no lixo
Lá todo mundo é igual mesmo sendo diferente,
o amor é o que mais importa
e o que importa mesmo é ser
GENTE


A rua que flutua 
não tem sons da cidade,
sirenes de ambulâncias, 
loucas freadas de carros nervosos.
Tem pássaros cantando
e a alma se alegra



A rua que flutua
no meu pensamento
não tem carro,caminhão,ônibus,ou qualquer ferro velho barulhento.
Tem um gramado baixo com 



Tem bicicleta que voa quando a gente pedala
Tem vento que traz garoa e,
como uma nuvem por dentro
molha lentamente a nossa cara




Na rua que flutua não tem bueiro entupido
calçadas rachadas ou buracos no asfalto
Tem redes nos quintais das casas que são abertas
tem pomar de fruteiras carregadas
jardins com beija-flores e abelhas a zumbir




A rua que flutua não tem bar, farmácia ou supermercado,
loja,armazém ou barraca de ambulante
Tem brincadeiras o dia inteiro
e até os adultos voltam a ser crianças.
A gente brinca de fazer roda e
a gente roda até se cansar.



A rua que flutua no meu pensamento
é tão grande que pode ser pequena.
Não acaba e cabe na palma da mão,
é tão bagunceira que pode ser serena.
Todo mundo entende, mas é uma confusão.


A rua que flutua
é um iceberg de sonhos bons
movendo-se devagar sobre um mar de esperança.
É uma criança se divertindo
fazendo guerra de travesseiros,
brincando com o tempo, que teima em faze-la crescer.



                       A rua que flutua no meu pensamento
                            não é de cal, pedra ou cimento.



                  É composta de pequenos grãos de sentimentos



                     que formam a terra que mora em mim



                       Não tem passado, presente ou futuro



                                não tem início, meio e fim




A rua que flutua
está em todas as partes
dentro e fora das cidades.


No esconde-esconde, na cabra cega,
no beijo, no abraço e aperto de mão


No passa anel, na correria.


Na inocência de toda infância
  que a vida brinca com a esperança
em toda a rua
por mais um dia.

(Padre Samir em Lar dos Vicentinos - foto de Débora Bigotti)


NOSSO HO!HO!HO! AGRADECIMENTOS:

Doações de roupas para Eliane e Marcelo :
Bazar Sensação

Doações de mimos para Eliane e Marcelo:
Angela Delbon

Doações de brinquedos:
Tereza
Vitor Miguel
Comunidade Cristo Redentor
Sirlei e Hélio

Doações de brinquedos para Sandra:
Dr. Sérgio
Taiane

Claúdia Batista da Yes Comésticos


Gizele, secretária executiva do Edifício América


Belezura


Eliana da Escola Liceu Monteiro Lobato


Ecokids moda infantil  - nossa parceira por mais um ano!



 HO!HO!HO!
Somos Noéis
nas ruas que flutuam

Fotos - NOÉIS e Débora Bigotti
Trechos tirados do livro: A Rua que Flutua
de Silvio Costta

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